segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Por que investir em previdência privada?



Para os especialistas, a regra é clara: você precisa poupar se quiser garantir uma vida sossegada quando se aposentar. Mas, preste atenção na hora de escolher a seguradora e o plano.

Por Geovana Pagel
O mercado de previdência privada no Brasil cresceu 18,8% em 2010, com arrecadação de R$ 46 bilhões em novos depósitos, de acordo com dados da Federação Nacional de Previdência Privada (Fenaprevi). Mas, afinal de contas, por que investir em previdência privada? O que devo avaliar na hora de escolher a seguradora e o plano?
Na entrevista a seguir, Fábio Gallo, professor da Fundação Getúlio Vargas (FG) e um dos autores de “Como Planejar a Aposentadoria” dá dicas sobre como aplicar em um plano de previdência privada sem expor-se a riscos e afirma que até quem ganha pouco pode separar alguma quantia para o futuro.

“Se a pessoa escolher produtos adequados em termos de custo, rentabilidade e taxas de administração, é sempre bom. Planejar-se para o futuro é o primeiro passo para uma vida sossegada quando se aposentar”, diz.

Qual deve ser o primeiro passo de quem pretende investir em previdência privada?

É preciso acreditar que a seguradora escolhida vai estar viva daqui a 20 ou 30 anos. Uma dica é entrar na Secretaria de Previdência Privada Complementar (Susepe) para ver se há algum processo mencionando a empresa. É muito importante olhar o passado da seguradora, conferir se ela teve bom desempenho e também precisa avaliar a credibilidade do próprio banco que está representando a seguradora.

Além disso, é recomendado analisar a taxa de administração e as taxas dos fundos. A previdência está dentro da área de seguros, e a seguradora cobra uma espécie de comissão de venda, chamada taxa de carregamento.

E como saber se estou escolhendo o melhor plano?

A pessoa não pode bobear. É preciso levar em consideração o prazo e a importância daquele dinheiro que está investindo. Se o prazo que ela tem para começar a usar este investimento é curto, deve assumir um risco menor. Neste caso, os planos com renda fixa são os mais indicados. Já um prazo longo dá segurança para arriscar mais e a pessoa pode até escolher um plano com renda variável.

Pessoas que tem filhos deficientes, por exemplo, pode escolher um plano vitalício que contemple o beneficiário nomeado. Precisa saber se a carteira na qual está investindo tem renda é fixa ou variável. A pessoa véu um anúncio e se sente atraído a investir.

É preciso prestar muito atenção nos detalhes. Uma das principais armadilhas é que as pessoas estão comprando planos sem fazer perguntas. O plano pode ser bonitinho na compra, mas tem detalhes na contratação que precisam ser verificados. Você deve sentar na frente do vendedor e fazer muitas perguntas.
Depois, pegue esta a proposta e estuda com calma, de preferência em casa. Além disso, você deve comparar propostas de mais de uma instituição, pois algumas taxas podem variar dependendo do banco e até mesmo da relação que você tem com o gerente que pode indicar uma carteira com taxas diferenciadas.

E se pessoa ficar insatisfeita com o plano?

Pode acontecer do banco deixar de administrar a carteira que você faz parte. Esteja preparado para mudanças. Se a pessoa não estiver satisfeita com o plano pode usar a portabilidade e migrar para outra seguradora e banco. Normalmente a carência é de 24 meses.

Qual a idade ideal para começar a pensar na aposentadoria?

O mais cedo possível. Eu queria que meu tivesse pai começado a investir numa poupança para mim. Se a pessoa tem 30 anos e pretende juntar 500 mil reais para a aposentadoria aos 60 anos, terá que depositar 143 reais por mês na previdência privada. Agora, se ela demorar 20 anos para fazer o plano, terá que recuperar o tempo perdido e depositar 2.150 reais por mês ao longo de 10 anos para atingir os 500 mil reais desejados.

Mesmo quem recebe um salário baixo pode investir?

As pessoas têm que ter em mente que não se economiza apenas a partir de um alto rendimento. Poupa quem é disciplinado. Mesmo com salário baixo a pessoa também pode investir em previdência privada. A regra é: você tem de poupar. É preciso parar e pensar no que vai querer quando tiver mais de 60 anos. É difícil. Vai ter de aumentar o horizonte de poupança e diminuir a expectativa. E começar logo.

Em termos gerais, existe um porcentual do salário que devo investir?


Não há percentual específico. Quanto mais você conseguir economizar, melhor. A minha dica é organize suas contas, saiba exatamente qual é o seu salário líquido e quais são sua contas fixas e planeje o que vai investir em previdência privada como se fosse pagar uma conta de luz, por exemplo. Este investimento precisa constar como um item na planilha de gastos.

Poupança sempre é um ato de sacrifício. A pessoa deixa de consumir e ter prazer agora para consumir e ter prazer no futuro. Funciona mais ou menos como uma dieta. Se a pessoa pesa 70 quilos e não quer engordar terá que fazer um esforço pequeno e constante para manter-se no peso. Mas, se ela se descontrola e passa a pesar100 quilos, terá que fazer um esforço enorme depois para perder peso.

O que mais devo levar em conta na hora de escolher um plano de previdência privada?

A pessoa precisa definir qual o estilo de vida que ela pretende levar ao se aposentar. Ela pode dizer que quer passar o tempo todo viajando. Neste caso, é muito importante ela saber exatamente para onde pretende ir e onde irá se hospedar. Qual será o custo destas viagens? Alguns sonham em abrir um negócio próprio como uma pousada na praia, por exemplo. Qual o investimento necessário? Quanto de reserva preciso ter até o negócio começar a dar lucro? São perguntas simples cujas respostas são fundamentais na hora de planejar o futuro.

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